sexta-feira, 4 de maio de 2012

PNUD e CIMI apoiam oficinas voltadas para identidade indígena no Brasil e Paraguai

Quatro comunidades indígenas da etnia Kaiowá Guarani situadas na fronteira entre o Brasil e o Paraguai participam de uma iniciativa que busca proporcionar às aldeias o reconhecimento mútuo e o fortalecimento de suas identidades. Através de oficinas de fotografia, redação e desenho, crianças e adolescentes das comunidades Panambizinho, Kurusu Ambá, Teyi’Kue, e Reko Pavẽ são incentivadas a conhecer sua própria história, trocar experiências e, dessa forma, contribuir para reorganizar e fortalecer a luta pelos seus direitos.

A ação foi concebida e realizada pelo projeto “Olhares Cruzados”, desenvolvido pela OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Imagem da Vida, com financiamento e execução conjunta do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e apoio do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

“Ao contrário dos outros projetos cujo intercâmbio realizou-se entre crianças de países diferentes, neste o foco são quatro aldeias de uma mesma região”, explica Dirce Carrion, coordenadora do projeto. “A situação dos povos guarani na América do Sul, e especialmente no Brasil, é tremendamente frágil – há problemas de alcoolismo, uso de drogas, suicídios”, destaca ela.

As três aldeias localizadas em território brasileiro – Panambizinho, Kurusu Amba e Teyi’Kue – já receberam as oficinas. Em maio, será a vez da comunidade Reko Pave, no Paraguai.

Identidade Guarani

O significado da palavra “guarani” originalmente foi associado à guerra. Já a palavra Kaiowá significa “gente da floresta”.

Os povos guarani formam um dos maiores grupos da América do Sul e um dos mais importantes das Américas. Atualmente, existem os seguintes grupos de língua guarani: os Chiriguanos, ou Guarani, na Bolívia (60 mil); Kaiowá, ou Paĩ Tavyterã (40 mil), Chiripa, Nhandeva ou Avá Guarani (30 mil) e Mbya (30 mil), no Paraguai, Argentina, Uruguai e no Brasil. Em nosso país, os grupos guarani estão distribuídos, majoritariamente, pelas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

Olhares Cruzados

O projeto Olhares Cruzados foi realizado em outros  nove países além do Brasil: Angola, Moçambique, Senegal, Haiti, Congo, Mali, Guiné Bissau, Cabo Verde e Bolívia; e em dez estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Maranhão, Pernambuco, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Pará e Amazonas. Desde seu início, em 2004, o projeto já possibilitou o conhecimento recíproco entre 1,5 mil crianças brasileiras de comunidades quilombolas e indígenas com outras latino-americanas, africanas e de países fruto da diáspora africana.

Os registros são sempre publicados em livros, que são depois distribuídos nas comunidades e em escolas, bibliotecas e centros de cultura. São realizadas exposições, documentários em vídeo e livros que são distribuídos nestas comunidades, em escolas e bibliotecas no Brasil e no exterior. Já são nove livros publicados e um em fase de edição.

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