Pelo
menos 18,6 milhões de brasileiros - quase a população de Minas - vivem em áreas
urbanas com esgoto a céu aberto nas portas de suas casas, mostra pesquisa do
Censo 2010. As pessoas expostas ao esgoto equivalem a 12% da população
pesquisada.
Do
total de domicílios analisados, 11% ficam próximos a valas ou córregos que
recebem esgoto. São 5,1 milhões de casas onde vivem principalmente pobres,
crianças e negros ou pardos.
De
todas as capitais, o cenário em Teresina é alarmante. Sete em cada dez
domicílios, ou 71,8%, tinham esgoto a céu aberto. Entre as cidades com mais de
1 milhão de habitantes, Belém tem o maior índice: 44,5% dos domicílios. A média
nacional elevada é causada pelos altos índices das regiões Norte (32,9%) e
Nordeste (26,3%), que contrastam com o Centro-Oeste (2,9%).
O
esgoto atinge com mais intensidade os domicílios com crianças de zero a 9 anos
- 15% vivem em casas com valões de esgoto. "A cidade não vai ser saudável
se as comunidades carentes não forem", diz o sanitarista Alexandre Pessoa
Dias, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Dois
dos cinco filhos do pedreiro Ivanildo Santos, de 43 anos, estão doentes. Ontem,
foram medicados em um posto de saúde do bairro Terra Firme, em Belém. Com febre
e diarreia, a doença das crianças diagnosticada pelo médico é problema comum na
vizinhança. "A gente está cansado de pedir a atenção do governo, mas
ninguém quer saber do nosso sofrimento", diz Santos. O bairro, na bacia do
igarapé do Tucunduba, tem acúmulo de lixo e 95% das casas não têm esgoto. /
L.N.L. e
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