quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sol e água

 Por Jairo Lima

corte no olhar
em planta a topografia do rastro luminante
que se deita sobre pós e águas rente à flor passante
ferro de espada e gume
(jorro quente de sangue)
em plantas a retina abrasada explícita fonte
em plantas o raio voraz tremente lume
escamas rígidas coaguladas ardente nuvem
oblíquas sílabas de pedra escandem o metro – lá longe
sob o rosto do sol o vento entulha nuvens
sob o rosto do sol
dorme em águas a linha do horizonte
entre aqui e ali o olho Afastado sonha uma ponte
entre aqui e ali
dorme em águas a linha do horizonte
linha lenta ondulada dorme em águas
linha lenta Afastada sonha pontes
sílabas em lava
lentas águas recolhem as fibras translúcidas do ar
e tecem a mordaça que detém o grito nas muralhas do horizonte
lentas águas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário