terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Agora e longe

 Por Jairo Lima

à feição de uma nuvem Afastada o metro escava milimétricos prismas
e vê em seus espelhos úmidos a Carcaça desolada – informes ares a que o vento dá esquinas
panos vastos sem luz
panos vastos
entre o lago e a montanha, adágios em ruínas,vozes Afastadas,
fibras entrelaçadas /onduladas /taça plena/ amarga luz ceg-an-te
ulisses inteiro sobre as águas – vagamente a tarde recolhe trovões
- ulisses inteiro sobre as águas oscilantes
vagamente a tarde recolhe trovões distantes
vagamente a tarde recolhe em brasas
ácida
fonte
o peito do mar em quilha rasga panos de águas
ulisses acorda em pé sobre as vagas
trovões
simétricos
lhe resguardam a fronte
nuvens em olhos des-alumbrados gotejam sangue
toda a tarde é ulisses em pé acordado
o seu olhar Afastado expulsa as águas da tarde
simétricas fontes acordadas em março
des-azulando o país longe
vapores tardes mansos acordam em gritos verticais
a morte e depois da morte o silêncio macio dos panos
peixe em prata sobre a espuma
remanso lento lentíssimo sol sobre as nuvens
em luz se vê ulisses banhado em corais – agora longe


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