executivo do segmento shopping centers
jcporoca@uol.com.br
No
mundo de hoje em que se vive na corda bamba, sem rede de amparo; em que não se
pode sair meio centímetro da calçada, para não cair no terreno do politicamente
incorreto; e em que as mudanças de opinião acompanham o movimento das marés, o
possível e o impossível andam de mãos dadas e, o que é pior, ficam registradas
para a posteridade. Não vou perder uma linha - e já estou perdendo - para
comentar sobre a união e a foto de duas figuras políticas, de convicções
antagônicas que, na busca de virada de jogo, conversam, se beijam e se abraçam.
Vamos torcer para que, mais na frente, não se faça o que foi feito no passado,
na antiga URSS, useira e vezeira na arte de eliminar, no sentido mais amplo, os
fatos, cenas e figuras do passado.
comentário introdutório foi proposital, para
que não se diga que fiz isso ou aquilo, que falei ou escrevi Uilson quando era
para falar ou escrever Wilson - que é tudo a mesma coisa. Fiz questão de
comentar sobre o apagar personagens nas fotos, às vezes de forma grosseira,
porque virou moda assumir a paternidade, nem sempre legítima, de filhos bonitos
e bem sucedidos. Aliás, em toda a minha vida, nunca escutei alguém dizer “aquele
ali é meu primo” ou “aquele ali é meu maior amigo” na passagem de um catador de
lixo ou de um homeless. Pelo contrário,
quando estão na crista da onda, os poderosos são amigos e parentes:
primo do cunhado do concunhado; quando estão por baixo, a classificação é
impublicável em boa parte das vezes.
Por
que tanto cuidado e tanta observação? Para não impropriar ou cometer mais um
equívoco. Quero falar no “O Artista”, o filme que ganhou Oscars: melhor filme,
melhor ator, etc. Tive o cuidado de vê-lo mais de uma vez, as últimas em DVD –
sistema que permite avanços e retrocessos – e, quando a casa e o horário
permitem, com mais atenção, mais critério, olhos e ouvidos mais atentos. O ver
o filme em casa não se compara a vê-lo numa sala de cinema, que fornece a magia
e o encanto que todo mundo já sabe: tamanho da tela, som, o próprio espaço em
si, etc. Perde quando alguém mal educado entra e fica com o celular ligado.
O
espaço acabou e não escrevi uma única linha sobre o “O Artista”. Fica para a
próxima sessão.
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