agora que o vidro fino do ar
está em Teu lugar
como o murmúrio de um sol ausente
agora que entre mim e o elo de Tua mão
se interpõe uma antiga canção
e um caminho de ventos
e tua Ausência pesa como um deus
a quem negaram febres e incensos
agora que só restam as garras da memória
para me manterem preso ao Teu nome
faz desta dor cravada em minhas horas
uma porta que me leve ao Teu agora
pássaro da noite, ateu,
se em teus poderes cabe
a glória de esquecer
o que te roubou a tarde
no esplendor do teu ninho
faz desta dor uma taça
para uma urgência de vinhos
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