quarta-feira, 6 de junho de 2012

Mudança climática pode custar à América Latina US$100 bilhões por ano

Marcelo Teixeira

Danos causados por mudanças climáticas podem custar à América Latina e a países do Caribe 100 bilhões de dólares por ano em 2050, caso as temperaturas médias subam 2 graus Celsius frente a níveis pré-industriais, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (5).

 A região é responsável por apenas 11% das emissões de gases estufa do mundo, mas é considerada particularmente vulnerável ao impacto de mudanças climáticas devido à sua posição geográfica e à dependência de recursos naturais, afirma relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

 O banco de desenvolvimento divulgou o estudo dias antes da Rio+20, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sediada no Brasil sobre desenvolvimento sustentável.

 O colapso do bioma de corais no Caribe, o desaparecimento de algumas geleiras nos Andes e algum grau de destruição na bacia Amazônica foram danos climáticos apontados pelo relatório.  

 A perda líquida de exportações agrícolas na região por conta das mudanças, por exemplo, deve ficar entre 30 bilhões e 52 bilhões de dólares em 2050.

 "Perdas dessa magnitude limitarão as opções de desenvolvimento assim como acesso a recursos naturais", afirma o relatório.

 Mas o bando ressaltou que o custo de ajudar países a se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas seria pequeno se comparado ao preço dos potenciais danos.       

 A instituição estima que cerca de 0,2% do Produto Interno Bruto da região, ou cerca de 10% dos custos dos impactos físicos, seriam necessários para apoiar a adaptação frente às mudanças.

 Segundo o texto, as emissões de gases estufa da região caíram 11% em relação ao início do século, para 4,7 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em 2010.

 Apesar disso, o banco afirma que mais precisa ser feito na região. Os setores de transporte e energia devem aumentar suas participações nas emissões de gases em 50% até 2050, segundo o relatório.

 Estes dois setores apenas poderão contribuir com 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano na região, segundo o estudo. Isso poderá elevar o total de emissões de gases estufas da região para 7 bilhões de toneladas até 2050, ou 9,3 toneladas de carbono per capita.

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