Danos causados por mudanças
climáticas podem custar à América Latina e a países do Caribe 100 bilhões de
dólares por ano em 2050, caso as temperaturas médias subam 2 graus Celsius
frente a níveis pré-industriais, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira
(5).
A região é responsável por apenas 11% das
emissões de gases estufa do mundo, mas é considerada particularmente vulnerável
ao impacto de mudanças climáticas devido à sua posição geográfica e à
dependência de recursos naturais, afirma relatório do Banco Interamericano de
Desenvolvimento.
O banco de desenvolvimento divulgou o estudo
dias antes da Rio+20, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sediada
no Brasil sobre desenvolvimento sustentável.
O colapso do bioma de corais no Caribe, o
desaparecimento de algumas geleiras nos Andes e algum grau de destruição na
bacia Amazônica foram danos climáticos apontados pelo relatório.
A perda líquida de exportações agrícolas na
região por conta das mudanças, por exemplo, deve ficar entre 30 bilhões e 52
bilhões de dólares em 2050.
"Perdas dessa magnitude limitarão as
opções de desenvolvimento assim como acesso a recursos naturais", afirma o
relatório.
Mas o bando ressaltou que o custo de ajudar
países a se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas seria pequeno se
comparado ao preço dos potenciais danos.
A instituição estima que cerca de 0,2% do
Produto Interno Bruto da região, ou cerca de 10% dos custos dos impactos
físicos, seriam necessários para apoiar a adaptação frente às mudanças.
Segundo o texto, as emissões de gases estufa
da região caíram 11% em relação ao início do século, para 4,7 bilhões de
toneladas de dióxido de carbono equivalente em 2010.
Apesar disso, o banco afirma que mais precisa
ser feito na região. Os setores de transporte e energia devem aumentar suas
participações nas emissões de gases em 50% até 2050, segundo o relatório.
Estes dois setores apenas poderão contribuir
com 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano na região,
segundo o estudo. Isso poderá elevar o total de emissões de gases estufas da
região para 7 bilhões de toneladas até 2050, ou 9,3 toneladas de carbono per
capita.
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