“Contra
a crise, legalize”, disseram as cerca de duas mil pessoas que este sábado
marcharam em Lisboa pela legalização da canábis. A Marcha Global da Marijuana
realiza-se em centenas de cidades por todo o mundo e os promotores portugueses
querem que o debate regresse rapidamente ao parlamento.Artigo |5 Maio, 2012 –
20:31 Marcha Global da Marijuana foi do Largo do Rato ao Largo Camões, em
Lisboa. Foto agência Lusa
A
Marcha Global da Marijuana voltou a trazer o tema da legalização da canábis às
ruas de Lisboa e Porto. Na capital, Érica Postiço, da MGM Lisboa, disse ao
esquerda.net que “o atual contexto de crise económica torna ainda mais urgente
a legalização e regulamentação do consumo da canábis”.
Os
defensores da legalização apontam os benefícios desta proposta para a economia.
“Logo à partida, na receita fiscal, dado que hoje em dia, por ser mantido na
ilegalidade, só os traficantes lucram com isso”, acrescentou a ativista. “Mas
não só: trata-se de uma economia geradora de emprego e que permite poupar
muitos milhões de euros que hoje são desbaratados pelo Estado em polícia e
tribunais, dispersando esforços a perseguir consumidores em vez de combater o
crime e a fraude”, concluiu.
Os
organizadores querem levar o tema ao Parlamento, mas do lado dos partidos
apenas o Bloco de Esquerda se comprometeu a avançar com uma proposta ainda este
ano. Nesta marcha participaram representantes bloquistas e da Juventude
Socialista.
Na
sua intervenção, Catarina Martins reiterou o compromisso do Bloco com a
legalização da canábis e disse aos manifestantes que uma proposta nesse sentido
irá dar entrada na AR por parte do Bloco de Esquerda, ao mesmo tempo que se
comprometeu a votar favoravelmente as iniciativas que vão no mesmo sentido.
“Não podemos continuar a permitir esta hipocrisia”, acrescentou a deputada
bloquista, referindo-se à punição legal imposta no acesso à canábis, quando
comparada a substâncias mais mortíferas como o álcool e o tabaco.
A
Marcha Global da Marijuana realizou-se também no Porto, onde juntou 400 pessoas
a favor do fim do modelo proibicionista que continua a ser aplicado à canábis,
que é usada há milhares de anos e até é considerada uma das plantas mais
estudadas do mundo, sem que os malefícios graves que os proibicionistas alegam
tenham até hoje sido provados.
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