O Centro de Referência Afro Mestre Jorge realiza, a partir do
próximo sábado (21), o curso “Percussão Afro e História da Umbanda”, com
Reinaldo Leão. A atividade, realizada pela Prefeitura de Araraquara, por meio
da Coordenadoria Especial de Políticas da Promoção da Igualdade Racial, é
gratuita.
As aulas serão
realizadas aos sábados, das 14 às 18 horas, com duração de oito meses, seguindo
até dezembro. Restam 20 vagas. Alessandra de Cássia Laurindo, coordenadora
municipal de Promoção da Igualdade Racial, lembra que a ideia do curso surgiu
na última Plenária do Orçamento Participativo, com temática Afro. “O objetivo
do curso é desmistificar um imaginário preconceituoso que se tem das religiões
de matrizes africanas e desenvolver uma linguagem que imponha a
respeitabilidade que o segmento merece”.
De acordo com Leão, o curso visa “principalmente combater a
intolerância religiosa e mostrar a amplitude e de uma cultura existente”. Ele
acredita que atualmente muitas religiões de origem escrava ainda são
discriminadas, por falta de informação.
A abordagem do curso vai desde os primórdios da história
Afro-Brasileira. “Começa antes da escravidão do Brasil. Conto a história de um
modo geral, pautando não só a história, mas a formação de cada religião, como a
formação do candomblé, que é brasileiro”.
Também, a questão musical é desenvolvida, e conta com 30
atabaques cedidos especialmente para o curso. “Há uma abordagem dos cantos e
toques de percussão afro. A ideia, nessa parte, é incentivar a busca do
aprendizado das cantigas e dos Orixás, Congo (pretos velhos), Culto a Jurema
(caboclos), Catimbó (origem européia) – entre outros”.
Ainda, outra abordagem diz respeito aos direitos e deveres
dos cidadãos. “Infelizmente ainda encontramos intolerância religiosa e
preconceito racial. Sou contra toda manifestação de preconceito e acredito que
o ser humano merece respeito e também possuir a sua individualidade”.
Para Leão, o curso tem a ideia de aprofundar e ampliar o
interesse do aluno. “O curso dá amplitude para a pessoa escolher o segmento
dela e devolver. A partir da aula, a pessoa decide para onde ir, qual linha
seguir”, diz referindo-
se às religiões apresentadas durante o curso. “A umbanda é um
choque de diversos cultos religiosos”. Leão enfatiza que o curso “é aberto a
todos, independente de cor de pele e classe social”. Ele destaca que, entre os
já inscritos, há descendentes japoneses, italianos e árabes. “É muito bom
reunir diversos segmentos e etnias para abordamos a temática das religiões
afro”.
Na última semana o professor – que estuda Gestão de Recursos
Humanos – apresentou o curso para aqueles que já estão inscritos. “Foi
apresentado um pouco de história, com ênfase nos percussivos. Na próxima
semana, damos um gancho novamente”, reforçou Leão.
Para inscrição basta comparecer ao Centro de Referência Afro,
munido do RG. O Centro Afro está localizado na Av. Duque de Caxias, 660, no
Centro. O horário de atendimento para inscrições é das 9 às 17 horas.
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