José Carlos L. Poroca - Executivo do segmento shopping centers
jcporoca@uol.com.br
A
casa alerta que o título não tem nada a ver com o livreto "Quem mexeu no
meu queijo?", que figurou entre os livros mais vendidos (vendeu mais de 11
milhões de exemplares e foi traduzido em 26 países, inclusive na China),
lançado na década de 60 e reeditado algumas vezes. Quem reclama até hoje da
participação nos direitos autorais são os ratinhos que ficaram de fora da
distribuição dos peixes e pães. Fora os autores e a editora, muita gente se
aproveitou e ganhou dinheiro com essa filosofia barata de tentar explicar o que
já está explicado na Bíblia. Basta observar os Dez Mandamentos, que também
chegou a ser reeditado (teve duas edições).
Também
não tem nada a ver com uma música bem antiga gravada por Chico
"Viola" Alves, chamada "Foi Ela", que fala num violão
quebrado, num coração despedaçado, com direito a "ô, ô". Observem que
o "ô, ô" não é de hoje, já era da época dos meus pais, passou pela
era dos meus tios e amigos (iê, iê, iê) e hoje, repaginado, se transformou no
"woh, woh", no "ai, se eu te pego", no "eu quero
tchu" ou no "tchubirabiron".
Dava
até para dizer que o título está sendo usado como forma de homenagear Luiz
Gonzaga, que estaria completando 100 anos em 2012 e que teve um instrumento
furtado no Rio de Janeiro. O "rei" tinha uma afeição pessoal pelo
instrumento e ficou desolado. Contam que chorou como uma criança quando perde o
doce ou quando vê a sua pipa sumir "pelo céu". Muitos anos depois,
Gonzagão reencontrou a sanfona branca surrupiada nos braços de um sanfoneiro -
que não fora o autor do delito -, numa feira na cidade de Cajazeiras (PB).
Ficou com os olhos marejados, mas nada fez, ou, dizendo melhor, ficou apenas
observando a "companheira"; sequer chegou a dizer ao portador que
aquela sanfona um dia havia sido sua.
O
chocolate do título é aquele 'nigucinho' marrom adocicado que faz muita gente
ficar com água na boca e que também já rendeu músicas, livros, poemas, etc.
Aproveito o espaço para dizer que não sou chocólatra e o produto feito de cacau
não está na lista dos preferidos. Sei de gente que paga uma nota por 100g de
chocolate suíço e existe uma marca que custa uma fábula, sinônimo de qualidade
e de bom produto. O meu não. Nem observei se tinha marca. Era um tablete
simples, com uma inscrição "papai, você é show!". Fiquei me sentindo
o "Bila".
O
meu chocolate de estimação sumiu, como num passe de mágica, não ficou nem a
embalagem. Fiquei desolado e me senti como milhões de brasileiros na olimpíada
londrina de 2012. O pirulito (vôlei masculino) e o bombom (futebol) foram
colocados nas nossas bocas e quando começamos a sentir o gostinho doce,
transferiram para as bocas dos russos e dos mexicanos. Isso não se faz. Quero o
meu chocolate de volta. Se não aparecer, vou recorrer a Bento XVI.
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