CARACAS - O Estado de S.Paulo
Organizações
não governamentais de defesa dos direitos dos indígenas que atuam na Venezuela
denunciaram ontem que mineiros mataram até 80 ianomâmis na região da fronteira
venezuelana com o Brasil. As informações são da emissora britânica BBC.
O
ataque, de acordo com os relatos, ocorreu no mês passado, na comunidade de
Irothatheri, localizada nas proximidades do território brasileiro.
Testemunhas
que estiveram no local da matança afirmaram que os mineiros atearam fogo a uma
casa comunal dos indígenas, pois encontraram os corpos dos ianomâmis
carbonizados ao passar pela tribo.
Membros
da comunidade indígena têm reclamado de mineiros invadindo suas terras à busca
de ouro.
Segundo
a ONG Survival International, a demora na descoberta do massacre ocorreu em virtude
da remota localização da tribo atacada. A entidade afirmou que as pessoas que
descobriram os corpos levaram vários dias para caminhar até a localidade mais
próxima.
Organizações
de defesa dos ianomâmis afirmaram ter encontrado três sobreviventes e pediram,
em um documento dirigido ao governo venezuelano, que Caracas investigue a
matança e colabore com o Brasil no "controle e vigilância" de
mineiros na região ocupada pelos indígenas.
"Todos
os governos com terras na Amazônia devem impedir a mineração ilegal
desenfreada, a extração de madeira e os assentamentos nos territórios
indígenas", afirmou à BBC Stephen Corry, diretor da Survival
International.
A emissora britânica informou que os ativistas pelos direitos dos ianomâmis que atuam na região amazônica já haviam relatado, recentemente, que mineiros ilegais vinham fazendo ameaças aos indígenas e praticando violência contra as comunidades da região
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