segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Poroca: Foursquare

Por José Carlos L. Poroca
Executivo do segmento shopping centers
jcporoca@uol.com.br

 É provável que esteja passando dos limites esse negócio de ficar dando títulos em inglês aos meus textos, pode estar se transformando em vício ou mania. Reconheço, não nego, a inadequação do uso quando se é brasileiro, morando e vivendo num país de língua portuguesa. Pode ser que a mania esteja diretamente relacionada com algumas hipóteses: a) incapacidade do autor em dar um título decente na sua língua pátria; b) falta de imaginação; c) suposição em achar que o título noutra língua dá mais charme ou elegância; d) percepção, talvez equivocada, de que os leitores falam/escrevem/entendem dois ou três idiomas; e) tdr. O autor promete que, doravante, terá cuidado maior no processo criativo, de modo a não cometer o mesmo equívoco.

Uma coisa é certa: o autor conhece 259 palavras na língua do Mr. Obama. Contou uma a uma. Algumas delas ainda estão em fase de estudo e pesquisa, como o significado de ice. Afora isso, reconhece que não sabe como aplicar corretamente o 'at' e o 'in' e se preocupa com a dúvida, pois, mesmo com a sua aparência de gringo (olhos claros, pele clara, cabelos louros, sobrenome norueguês), sabe que os do outro hemisfério vão trata-lo como "le metèque", como "stranger" ou como um "chicano" - a critério do freguês.

Com o título sob ressalva, deixemos os estrangeirismos de lado para dizer que, no meu quarteirão, quem canta de galo de sou. O canto termina com a entrada em cena da minha cabrita no pedaço. Ela manda e desmanda, não só pelo seu temperamento; gosto de ser "dominado" (por ela, diga-se passagem) e sempre achei que, qualquer relevância no masculino, passa, obrigatoriamente, pela interferência ou influência do feminino. O maior exemplo da afirmação está na história de Sansão, que se deixou dominar pelo cheiro e astúcia de Dalila. Sansão foi ingênuo e pisou na bola; Dalila cumpriu com maestria o papel que lhe coube na história. A dúvida que tenho é se ela chamava Sansão de "meu amor", "my love", "mon amour" ou "bem" (estendendo a letra "e" até a sua transformação num som parecido com "te odeio").

Podem até achar que estou carente, enciumado ou com dor de corno. Nenhuma das hipóteses pode ser descartada. Não queria tornar público, mas, já que o assunto veio à tona, informo que iniciei uma pesquisa sobre o "grau de sinceridade" na relação entre casais, hoje muito mais complexa na era pós-Internet. Há casais que tem nomes diferentes dos originais nas redes sociais e já houve casos em que houve um encontro (ou reencontro?) virtual da dupla. Resultado: feitos um para o outro. Já tenho os primeiros resultados e - pasmem - conflitam com o que a gente vê e ouve por aí. De cara, posso adiantar uma descoberta que pode chocar muita gente: Amélia, aquela que lavava, cozinhava e achava bonito não ter o que comer, não era a cara-metade do personagem; era a mãe do sujeito. Achou pouco? Vem mais por aí.
 

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