Por Jairo Lima
lástima
a ampulheta já calou a voz que declinava o teu nome
os nervos crispados da infanta madrugada fazem tremer a terra isenta
da tua sombra
o halo de tua pele, interdito às retinas, alcança-o um verbo no pretérito
uma pedra na praia observa calada … lentamente do verso desprende-se
uma rima
violoncelomar decanta o sal das águas e incrusta a esmeralda no ostensório desse dia
(a tarde) (a noite) (a madrugada) ———– o dia———– teu verso
ENFIM
já se vê, além do espelho, os músculos da montanha retesados
em mesa de nuvem o tempo devora Partículas de luz
não venhas mais que é hoje
é plena madrugada
é plena Luna
terra minguante deserto última palavra acorde verdescuro sangue transfigurado réstia revogada
não venhas mais que é hoje
os dentes da Luna cravaram-se no teu pelo
adagas navegam na órbita do teu sangue – o tema ergue o punhal sobre
o teu nome
leva teu pássaro ao aprisco de trevas onde pastoreia o ontem
se és em deslembrada luz enreda-te nos fios de tua carne até que o sim te sangre e imponha à lâmpada passante uma fronteira guardada por lobas assassinas
que se lançam à presa,espumantes de fúria, e gritam:HORAS, este é o nosso nome
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