domingo, 22 de janeiro de 2012

Morre criança da etnia Apurinã e número de óbitos cresce no Acre

 Inserido por: Administrador em 20/01/2012.
Fonte da notícia: Assessoria de Imprensa - Cimi
Renato Santana, de Brasília

Uma criança indígena de nove meses da etnia Apurinã morreu na manhã desta sexta-feira (20) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança, em Rio Branco, capital do Acre. Além dos Apurinã, que vivem no Alto Rio Inauini, os Huni Kuin (Kaxinawá) e Madjá (Kulina), do Alto Rio Purus, também registraram mortes.

De acordo com as lideranças indígenas que compõem o Conselho Distrital de Saúde, sobe para 16 o número parcial de crianças mortas no estado vítimas dos mesmos sintomas: diarreia, febre e vômito. O dado confronta o divulgado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que aponta 13 vítimas.

Entretanto, os indígenas apontam que tomam como base não só o órgão do Ministério da Saúde, mas também as informações de vítimas que não chegaram ao Pólo de Saúde.

“Tem outra criança que está na UTI e o estado dela é de gravidade. Como eu tenho dito, registramos casos de crianças que morreram nas aldeias destes mesmos sintomas”, frisa Ninawá Huni Kuin, conselheiro de saúde.

O Ministério da Saúde deslocou uma equipe de Brasília (DF) para o Acre com o intuito de investigar de forma mais detalhada a doença, mas Ninawá informa que os agentes ainda não chegaram. Mais de 20 aldeias já foram atingidas entre as comunidades indígenas do Alto Rio Purus, Alto Rio Envira e Alto Rio Inauini – com distância entre si que chegam a mil quilômetros.

Rotavírus

As suspeitas recaem sobre uma epidemia de rotavírus. No entanto, as autoridades não confirmam. “Até o momento, não foi confirmado caso ou óbito por rotavírus ou outra doença nas comunidades indígenas da região de Santa Rosa do Purus”, diz nota divulgada nesta quinta-feira (19) pela Sesai.

“Estamos com muita dificuldade para acessar informações. Essa criança morreu e logo o corpo foi levado para a aldeia”, destaca o missionário Lindomar Padilha, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Conforme dados da Agência Brasil, de 1º a 18 de janeiro, 70 crianças indígenas foram identificadas com doença diarreica aguda. Em dezembro de 2011, foram dez mortes. Até a última terça-feira (17) o governo federal confirmava oito mortes, mas passou a falar em 13 óbitos nessa sexta-feira.

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